Rafael Miranda

 

Basicamente, eu não consegui fazer nada abstrato, não tinha ideia do que fazer. Então eu resolvi refazer o ambiente no qual as sensações e sentimentos aconteceram, e abstrair dele coisas interessantes, daí comecei a abstração e está bem primário mesmo, vou ver as orientações pra poder entender o que posso fazer.  

 

 

 

 

  O filme seria muito interessante se eu não tivesse ficado tão incomodado, a sequência de cenas, com a visão da pessoa, duas coisas passando ao mesmo tempo, cenas de diversas partes do dia "aleatórias", isto tudo me deixou muito incomodado, não conseguia prestar atenção direito, eu detestei. Mas por outro lado a experiência que a gente percebe que as pessoas tiveram é muito legal, você entender a pessoa sem vê-la, mas só projetar como você a imagina pelo seu modo de viver, mais necessariamente pelos seus objetos. A troca entre cada dupla, você entregar sua percepção e receber o retorno de uma outra pessoa. Fazendo a ligação com o meu vestível, pude notar a troca no sentido de percepção do espaço, passar para a outra pessoa o que eu entendo do espaço utilizando o vestível, e ao mesmo tempo entender o que a pessoa está percebendo do espaço através da experiência com o vestível. O diálogo entre os corpos, de forma verbal, sinais, percepções, estímulos, etc.

Foi muito engraçado gravar experimentando o vestível, mesmo eu tendo planejado ele. Mesmo com a visão embaçada, teve um foco no uso desta e exigiu mais ainda o uso de outros sentidos. Cuidar para não destruir o espaço, mas nós não fizemos muito bem, derrubamos várias garrafas. E é muito difícil cuidar de Ester porque ela grita comigo!    

 Eu achei o texto do Flusser uma viagem total, e não entendi afinal o que ele quis dizer, mas opinando sobre: penso que as necessidades do ser humano faz com que ele crie objetos para resolver uma "problemática" específica, e quando ele cria esse objeto ele fica dependente da existência dele, surgindo outro objeto para resolver a dependência do que já existe, causando assim outra dependência de forma sucessiva. Outro ponto também pode ser o objeto ser determinado para ser o ídolo das pessoas, para elas poderem comprar, e girar, uma economia; talvez os artistas que criam este objeto já têm em mente o objetivo de colocar no nosso caminho, algo melhor e diferente do anterior, uma coisa que não precisávamos antes mas que agora faz parte da nossa cultura e nos faz comprar para tirar aquele outro objeto que já não é mais viável. Contudo, a evolução nos trouxe ao uso de objetos não materiais, para atender a nova cultura virtual que se transforma cada vez mais em essencial na vida da...

 

  Fazer a performance seguindo as instruções do outro grupo, foi mais tranquilo do que eu esperava. Montar as orientações é mais complexo, mas executar uma já definida é mais fácil porque se torna mais livre, você interpreta e usa a criatividade, faz experimentações. Talvez a instrução seja um pouco enxuta também, mais simples. Só que depois de fazer, fiquei pensando em formas diferentes de seguir as instruções, acho que fiquei muito preso no cotidiano, penso que por ter que fazer muito rápido, acabei indo pro lado mais óbvio, talvez por isso tenha achado fácil. Apesar de não ter ideia da proposta do grupo, espero que tenhamos atingido as expectativas, não sei se ficou tão bom pois tive problemas com meu celular, então acaba que tive que fazer em menos tempo. No geral foi legal receber e criar a performance, só não sei se quem recebeu nossas instruções gostaram tanto.